PAÍS CRIA EMPREGOS FORMAIS EM JANEIRO, MAS PAGA MENOS

O país teve saldo de 77.822 empregos com carteira assinada em janeiro (alta de 0,21% no estoque), segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado com atraso pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Os números oficiais mostram também que, mais uma vez, os admitidos recebem menos do que os demitidos. E mais de 9 mil pessoas deixaram o emprego após "acordo" com o empregador.

De acordo com os dados, a indústria de transformação abriu 49.500 vagas formais (0,69%), com destaque para os setores de calçados (11.138) e têxtil/vestuário (8.271). A maior alta percentual veio da agricultura (1%), que criou 15.633 postos de trabalho com carteira. Também tiveram crescimento a construção (14.987, 0,75%) e os serviços (46.544, 0,28%). O emprego caiu no comércio, que fechou 48.747 vagas (-0,54%) e na administração pública, com menos 802 (-0,1%).

Em janeiro, o salário médio dos trabalhadores demitidos era de R$ 1.636,41. Já o salário de admissão ficou em R$ 1.535,51. Assim, a rotatividade habitual no mercado de trabalho brasileiro é acompanhada de redução de ganhos.

Naquilo que o Ministério do Trabalho chama de "modernização trabalhista", referindo-se à Lei 13.467, foram feitos em janeiro 9.356 desligamentos "por acordo". São aqueles em que o trabalhador abre mão de parte de seus direitos na hora da rescisão contratual.

Quase metade (47,5%) desses "acordos" veio do setor de serviços, e 25% do comércio. Em 544 casos, a demissão foi de vendedor no comércio varejista. Saíram ainda 341 auxiliares de escritório, 320 faxineiros e 280 assistentes administrativos. Ou seja, a "modernização" atinge diretamente trabalhadores com menor rendimento.

O trabalho intermitente, outra criação da lei de "reforma" trabalhista, teve 2.860 admissões no mês passado, em 636 empresas. Nove pessoas tiveram mais de uma admissão no período. O trabalho parcial registrou 4.982 admissões, sendo 53 mais de uma vez.

O Caged de janeiro deveria ter sido divulgado no mês passado. O ministério não explicou as razões do atraso. Além disso, os dados foram divulgados de forma antecipada para apenas um veículo de comunicação, também contrariando a divulgação habitual.

Fonte: Rede Brasil Atual

Postagens mais visitadas deste blog

OPOSIÇÃO IMPEDE NOVA VOTAÇÃO DO PROJETO ESCOLA SEM PARTIDO

"IDEIAS DE GUEDES PARA PREVIDÊNCIA SÃO PIORES QUE AS DE TEMER", ALERTA ESPECIALISTA

MP QUE PRIVATIZA SETOR DE SANEAMENTO PODE SER VOTADA NESTA TERÇA NO CONGRESSO