GTPEC debate intensificação das lutas contra projetos conservadores

Nesta quinta-feira (16/02) foi realizada em Brasília-DF mais uma edição do Grupo de Trabalho (GT) de Políticas Educacionais e Culturais (PEC), tendo como temário central os debates sobre os Projetos de Lei (PLs) do Escola Sem Partido, a Reforma do Ensino Médio (proposta pela MPV 746/2016 e recentemente aprovada pelo Senado Federal) e a Base Nacional Curricular Comum (BNCC).

Programação
Pela manhã, o professor Fernando Penna (UFF) fez uma palestra sobre a Reforma do Ensino Médio, a BNCC e os PLs do Escola Sem Partido. Em complemento, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) fez uma exposição sobre o Escola Sem Partido e o andamento do PL e seus apensados na comissão especial da Câmara. Pela tarde os participantes do GTPEC fizeram suas considerações acerca das estratégias mais incisivas e viáveis para barrar os ataques em curso e conter/reverter os já aprovados pelo legislativo.

Manhã
A exposição da mesa com Fernando Penna e Glauber Braga sobre o temário do GT demonstrou não só a inconstitucionalidade do Escola Sem Partido, mas também a sua completa inaplicabilidade em ambientes plurais e democráticos.

O Escola Sem Partido, criado por movimentos ultra-conservadores, visa principalmente impedir qualquer debate sobre gênero e sexualidade nas salas de aula (como forma de negação de diversas composições de núcleos familiares) e até mesmo excluir conteúdos - como a religiosidade de matriz africana do campo do ensino religioso.

E vai além: o Projeto de Lei da Mordaça confunde educação familiar com a educação instrucional do ambiente escolar e busca colocar questões de foro íntimo (como a religiosidade, por exemplo) em sobreposição às ementas das disciplinas e à liberdade catedrática dos educadores.

Para piorar, a comissão especial da Câmara Federal é composta por mais de 90% de deputados apoiadores do Escola Sem Partido e, ao que tudo indica, seria questão de tempo para o projeto principal e seus apensados serem aprovados e rumarem ao Senado.

Diante disso, Glauber Braga sugeriu a intensificação das pressões dos setores progressistas que lutam em defesa da educação pública sobre as lideranças que indicaram os parlamentares mais conservadores de seus quadros à comissão especial existente.

Fernando Penna admitiu que, mesmo sem sua aprovação, o Escola Sem Partido vem sendo "aplicado" - em vista da crescente perseguição aos professores - e sugeriu que a defesa contra esses assédios deve ser feita com o fortalecimento da unidade dos educadores e destes passarem a se enxergar enquanto categoria.

Tarde
Pela tarde, com outra metodologia, foi aberto o espaço para intervenções do plenário com o objetivo de encaminhar as lutas do SINASEFE contra os ataques que foram expostos na mesa da manhã. Antes das intervenções, foi dado um informe mais extenso sobre a formação e composição da Frente Nacional Escola Sem Mordaça, suas ações e seu estágio atual.

Todos os encaminhamentos foram anotados pela mesa diretora dos trabalhos e serão levados à 148ª PLENA. Os principais itens postos em evidência pelas bases foram:
  • Fazer a luta contra os PLs do Escola Sem Partido em transversalidade com a luta contra a Reforma da Previdência (PEC 287/2016) e vice-versa;
  • Ingressar como amicus curiae (terceiro interessado) na ADIn contra a Lei da Mordaça impetrada no STF pela Contee;
  • Ingressar como amicus curiae (terceiro interessado) na ADIn contra a Reforma do Ensino Médio impetrada no STF pelo PSOL;
  • Defender os professores dos assédios (principalmente os exercidos nas Instituições Militares de Ensino);
  • Fortalecer a Frente Nacional Escola Sem Mordaça e suas Frentes Estaduais;
  • Fazer um panfleto com exposição de motivos para lutas contra os ataques à educação;
  • Participar da Parada Internacional das Mulheres do dia 8 de março.

Postagens mais visitadas deste blog

OPOSIÇÃO IMPEDE NOVA VOTAÇÃO DO PROJETO ESCOLA SEM PARTIDO

"IDEIAS DE GUEDES PARA PREVIDÊNCIA SÃO PIORES QUE AS DE TEMER", ALERTA ESPECIALISTA

MP QUE PRIVATIZA SETOR DE SANEAMENTO PODE SER VOTADA NESTA TERÇA NO CONGRESSO